Aqui estou eu novamente me
pegando lembrando do passado. Sim, tenho esse costume de parar olhando para
ponto nenhum em especifico e mergulhar em um mundo somente meu.
Muitas vezes acabo deixando
esse mundo e mergulho na camada mais inferior, meu passado. Sabe aquela vontade
de bater na sua própria face ao notar as burrices que disse ou fez? Pois é.
Uma vez me perguntaram o que
eu faria se me dessem a oportunidade de voltar ao passado. Eram uma daquelas redações de volta as férias
que os professores amavam dar, só que em vez de nos fazer dissertar sobre o que
aconteceu durante aquele período, consistia em fazer um tipo de analise mental
de nós mesmo. Pelo menos era o que eu acreditava e hoje vejo que tinha um fundo
de verdade.
Lembro-me das respostas de
alguns dos meus colegas. Maioria deles queria mudar algum fato especifico, por
exemplo, o não que deu aquele garoto que passou dez anos sumido e quando voltou
parecia mais um modelo mirim ou a besteira que fez com que fosse parar na
secretaria para assinar uma advertência. Cada um queria mudar algo, seja um período
curto ou maior.
Enquanto cada um deles liam
o que tinham escrito, eu olhava para minhas curtas palavras pensando que eu era
um ET. Você deve se perguntar o que eu escrevi para me sentir assim não é? Pois
bem, eu lhe direi da melhor maneira que posso me lembrar.
“Se tivesse a oportunidade
de voltar ao passado eu não mudaria nada.”
Nem preciso dizer que
aquelas palavras pegaram todos de surpresa e que me fizeram querer sumir por
ser o centro das atenções.
Hoje, alguns anos depois, penso
que se me fizessem a mesma pergunta certamente responderia a mesma coisa. Não
que eu não tenha arrependimentos ou que nunca pensei em retrocedes depois de
falar algo ou que eu não deseje voltar no tempo apenas para me dar um tapa.
Simplesmente eu acredito que cada uma das coisas que hoje me pego analisando me
fizeram ser o que sou hoje. Foram cada um dos meus deslizes, das besteiras que
tive coragem de dizer que me fizeram ser o que sou.
Recordo-me de uma musica que
eu ouvi uma vez que dizia que conforme nos tornávamos adultos nosso numero de arrependimentos
também aumentava e que apesar disso sempre aprendíamos algo novo. De fato é verdade e pode notar parando apenas
dois minutos para pensar.
Aprendemos todos os dias. Se
errarmos ganhamos experiência para não os cometes novamente. Somos lapidados todos os dias, modificando
nossas opiniões, escutando músicas que antes nos desagradavam , concordando com
coisas que antes nem passava por nossa mente aceitar.
Mudamos todos os dias, mas
somente percebemos quando “eclodimos” em um ser novo onde se concentram varias mudanças.
No instante quando olhamos para o espelho e vemos que em um ano nos portamos de
um modo diferente do anterior. No momento em que somos mais nós mesmo do que
nunca.
Dhessy
P.S. A música que cito no texto é Rashisa, da banda japonesa Super Beaver. Já o trecho presente na imagem é Metamorfose Ambulante de Raul Seixas.